sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Comer chocolate pode diminuir o risco de pré-eclâmpsia

Comer chocolate pode diminuir o risco de pré-eclâmpsia

Autora: Laurie Barclay
Publicado em 02/05/2008

Os resultados de um estudo prospectivo de coorte publicado no volume de maio do Epidemiology sugerem que o consumo de chocolate durante a gestação pode diminuir o risco de pré-eclâmpsia.

Dra. Elizabeth W. Triche, PhD, do Yale Center for Perinatal, Pediatric and Environmental Epidemiology, em New Haven, Connecticut, e colaboradores explicaram que a pré-eclâmpsia é uma grave complicação gestacional com manifestações cardiovasculares. Os autores lembram que estudos recentes sugerem que o consumo de chocolate pode ser benéfico para a saúde cardiovascular.

A amostra do estudo consistiu em 2.291 pacientes grávidas que pariram um nascido vivo entre setembro de 1996 e janeiro de 2000. Os pesquisadores mediram o consumo de chocolate por auto-relato no primeiro e terceiro trimestres da gestação e pela concentração sérica de teobromina no cordão umbilical, que é a principal metilxantina presente no chocolate.

Uma revisão detalhada dos dados de 1.943 pacientes determinou o diagnóstico de pré-eclâmpsia. Modelos de controle por regressão logística para potenciais confundidores foram usados para determinar os odds ratios ajustados (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC).

De 1.681 mulheres, 63 (3,7%) desenvolveram pré-eclâmpsia. As concentrações de teobromina no cordão umbilical são inversamente associadas à pré-eclâmpsia (para o quartil mais altos versus o quartil mais baixo [OR, 0,31; IC 0,11-0,87]).

As estimativas de consumo de chocolate auto-relatadas, também, foram negativamente associadas à pré-eclâmpsia. O risco de desenvolvimento dessa condição diminuiu em mulheres que consumiam cinco ou mais porções por semana versus mulheres que consumiam menos de uma vez na semana (OR, 0,81; IC 0,37-1,79 para consumo nos primeiros três meses de gestação e OR 0,60; IC 0,30-1,24 nos últimos três meses).

?Nossos resultados sugerem que o consumo do chocolate durante a gestação pode reduzir o risco de pré-eclâmpsia?, declaram os autores. ?Contudo, uma relação inversa de causalidade também pode contribuir para estes achados?.

As limitações para este estudo incluem: dificuldades de padronizar o autoconsumo de chocolate, possível causalidade reversa se mulheres diagnosticadas com pré-eclâmpsia reduzirem sua ingestão calórica após o diagnóstico, possível confundidor individual devido ao tabagismo ou índice de massa corporal, pequeno número de mulheres com pré-eclâmpsia ou erro de classificação da exposição.

?Devido à importância da pré-eclâmpsia como uma complicação grave da gestação, são necessários outros trabalhos prospectivos com detalhes sobre o consumo de chocolate?, afirmam os autores do estudo. As medidas da exposição ao chocolate devem ser desenhadas para permitir um exame cuidadoso da relação temporal entre o consumo de chocolate na gestação e o subseqüente risco de pré-eclâmpsia.

Epidemiology. 2008;19:459-464.
Informação sobre a autora: A Dra. Laurie Barclay é revisora e escritora freelancer para o Medscape. Declaração de conflito de interesses: A autora declara não possuir conflito de interesses.

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