sexta-feira, 10 de outubro de 2008

PROTETOR USADO NO SEIO IMPEDE A TRANSMISSÃO DO HIV POR MEIO DO ALEITAMENTO MATERNO, INFORMAM JORNAIS BRASILEIROS

PROTETOR USADO NO SEIO IMPEDE A TRANSMISSÃO DO HIV POR MEIO DO ALEITAMENTO MATERNO, INFORMAM JORNAIS BRASILEIROS

23/09/2008 – 10h10

“Um simples protetor de mamilo, desenvolvido por um engenheiro da Universidade de Cambridge, previne a transmissão de HIV pelo aleitamento materno à criança. O engenheiro químico, Stephen Gerrard, foi quem ajudou a desenvolver o protetor capaz de desinfetar o leite quando sai do peito. O aparelho dispõe de um detergente usado por bioquímicos para desnaturar proteínas para análise. Uma camada de lã de algodão embebida numa substância química, que destrói o vírus, é adicionada a um protetor convencional. Essa camada interage com o vírus HIV sem necessitar de um tratamento térmico que é o comum para combatê-lo”, explica o Jornal do Brasil desta terça-feira (23/09). O principal diário do Distrito Federal, o Correio Braziliense, também publicou uma matéria sobre o assunto. A seguir, as duas reportagens na íntegra.

Protetor no seio impede a transmissão do HIV

Aparelho é capaz de desinfetar o leite materno

Um simples protetor de mamilo, desenvolvido por um engenheiro da Universidade de Cambridge, previne a transmissão de HIV pelo aleitamento materno à criança. O engenheiro químico, Stephen Gerrard, foi quem ajudou a desenvolver o protetor capaz de desinfetar o leite quando sai do peito. O aparelho dispõe de um detergente usado por bioquímicos para desnaturar proteínas para análise. Uma camada de lã de algodão embebida numa substância química, que destrói o vírus, é adicionada a um protetor convencional. Essa camada interage com o vírus HIV sem necessitar de um tratamento térmico que é o comum para combate-lo.

A International Design Development Summit (IDDS), nos Estados Unidos, reuniu engenheiros e especialistas da área para trabalhar em pesquisas voltadas para o desenvolvimento de um protótipo. Gerrard, junto com uma equipe de cinco pessoas, foi designado a criar um design prático para que o aquecimento do leite materno destruisse o vírus. De imediato nós concluímos que esse seria um processo muito demorado para as mulheres dos países desenvolvidos que provavelmente não teriam tempo para isso ¬ afirmou. A pesquisa mostrou que o cobre e os compostos de cobre podem ser eficazes, mas uma outra abordagem, realizada por um grupo da Universidade de Drexel, parecia ser mais promissora. Os pesquisadores de Drexel concentraram-se no dodecil sulfato de sódio (SDS), que pode matar o vírus HIV rapidamente, e em uma concentração não tóxica ¬ concluiu Gerrard. ¬ Essa pesquisa também poderia trazer benefícios além da prevenção do HIV.

Estigmatizar

Porém, o engenheiro confessou que eles estavam preocupados com o fato de que o protetor de mamilo poderia ser estigmatizante, uma vez que identificaria uma mãe com HIV: ¬ Estamos considerando comercializa-lo como uma forma de transmitir medicamentos ou suplementos de micronutrientes para ajudar no aleitamento materno. Por exemplo, eles também podem ser usados para deficiência de ferro ou iodo.

Fonte: Jornal do Brasil

Dispositivo elimina vírus da AIDS do leite materno

Escudo colocado no bico do seio, antes da amamentação, libera substância que desintegra o HIV. Testes comprovam eficiência

Além de serem obrigadas a lidar com a dura realidade da AIDS, mães soropositivas que conseguem dar à luz filhos saudáveis sofrem com o fato de não poderem amamentar. Para muitas delas, a limitação imposta pelo vírus é fatigante demais e chega a ser uma violação à maternidade. Se depender dos esforços de dois britânicos e quatro norte-americanos, mulheres infectadas com o HIV poderão em breve oferecer o leite materno ao filho sem receio de contaminá-lo. A equipe - formada por engenheiros químicos e mecânicos, matemático e biomédico - desenvolveu um dispositivo que se encaixa ao bico do seio e "filtra" o leite. O escudo, como é chamado pelos seus criadores, inativa o HIV sem, no entanto, interferir na amamentação.

Em entrevista ao Correio, a norte-americana Elizabeth Kneen, engenheira mecânica da Universidade Franklin W. Ollin (em Needham, Massachusetts), explicou que o segredo está em um disco de tecido impregnado com dodecil sulfato de sódio (SDS, pela sigla em inglês), inserido dentro de uma bolha com o formato do mamilo. A substância consegue dissolver o vírus, no momento em que o leite passa pelo dispositivo, antes mesmo de alcançar a boca do bebê. "O que ocorre é uma reação química: o SDS quebra a camada dupla de lipídios (gordura) do vírus, expondo-o e levando-o à morte", disse Elizabeth. Tudo o que a mãe precisará fazer será colocar o escudo diretamente no seio e deixá-lo durante o tempo que durar cada mamada. "O disco seria trocado periodicamente, uma ou duas vezes ao dia, dependendo dos parâmetros do agente ativo e de seus excipientes", acrescentou.

Apenas entre 15% e 45% dos bebês nascidos de mães soropositivas contraem o HIV. Desse total, 35% se infectam durante a amamentação. O fato de 50 mil crianças africanas se contaminarem com a AIDS a partir do leite materno, a cada ano, motivou Elizabeth e seus colegas a pensar no dispositivo. "Eu acredito que o escudo tem potencial para se tornar um produto revolucionário", aposta a engenheira mecânica. Os testes com o invento, feitos pelo laboratório da Universidade Drexel (Filadélfia), tiveram uma eficiência próxima aos 100%. "Ao simularem o uso do produto com o bico de mamadeiras, os cientistas descobriram que 0,1% da concentração de SDS é capaz de eliminar o vírus em um minuto", afirmou Elizabeth.

Os pesquisadores trabalham agora para identificar outros laboratórios dispostos a confirmar a eficácia do escudo. Eles querem ter certeza absoluta de que o dispositivo não abre brechas para a contaminação pelo HIV. "Começaremos com os testes in vitro, antes de nos movermos para as lactantes", explicou a engenheira mecânica. Ela estima que a comercialização do escudo seja possível entre cinco e sete anos. "Tudo vai depender da pesquisa e da liberação do FDA - a agência reguladora de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos."

Um recente estudo mostrou que a administração de medicamentos antiretrovirais para um bebê reduz a transmissão de HIV pela amamentação. "O problema é que o coquetel tem efeitos colaterais. Além disso, seu uso pode levar à evolução de vírus resistentes, que complicariam o tratamento da AIDS em crianças infectadas apesar de medidas profiláticas", disse Elizabeth.

O escudo teria outra aplicação: mães saudáveis poderiam adquirir o produto contendo fórmulas terapêuticas, como antibióticos, vitaminas e minerais. Uma única dose da droga, misturada a agentes de sabor e ao açúcar, seria oferecida aos bebês, por meio do seio.

Risco de infecção

50 mil é o número de crianças africanas que contraem o vírus HIV a cada ano, por meio da amamentação.

Rodrigo Craveiro

Fonte: Correio Braziliense

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