domingo, 9 de novembro de 2008

Gravidez precoce aumenta na AL

Gravidez precoce aumenta na AL
(1/11/2008)

Fonte: Estado de São Paulo

Uma em cada quatro adolescentes engravida antes de 20 anos de idade

Lisandra Paraguassú
Uma em cada quatro jovens da América Latina é mãe antes de completar 20 anos. Os dados, apresentados ontem em um estudo da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), mostram que a região não apenas tem o segundo maior índice de gravidez na adolescência no mundo, mas também que esse índice vem subindo. A taxa de mães jovens na região chega a ser mais de 40% maior do que entre as mulheres em geral, alcançando 76,2 por mil.

O documento, chamado Juventude e Coesão Social na América Latina, aponta para um cenário ainda difícil: apesar do melhor acesso à educação e ao emprego, a educação sem qualidade, a pobreza e a violência mantêm as desigualdades sociais. De acordo com a Cepal, o número de grávidas adolescentes na América Latina caiu até o final da década de 80. Desde então, voltou a crescer.

No Brasil, mostra o estudo, 14,8% das jovens até 19 anos tinham filhos em 2000. Dez anos antes, eram 11,5%. Enquanto na porção mais rica da população a taxa de fertilidade se manteve estável em torno de 20 adolescentes grávidas por mil, na parcela mais pobre subiu de 120 por mil para 155 por mil.

De acordo com a Cepal, a precocidade do início da vida sexual não é uma explicação convincente para o alto número de jovens grávidas. Uma comparação é feita com a Espanha, onde a idade inicial das relações também caiu para em torno dos 15 anos, mas onde apenas 5% das adolescentes ficam grávidas.

“Os programas de saúde sexual e reprodutiva se baseiam em sistematicidade, autonomia e maturidade que não acontecem no caso das adolescentes”, diz o relatório. “A ausência de programas preventivos com atenção especializada e princípios de confidencialidade mantém as adolescentes afastadas.”

A educação também é alvo de críticas da Cepal. O relatório lembra que a educação é ruim e a acusa de manter as desigualdades, especialmente no caso do ensino médio. “A falta de pertinência e relevância dos currículos, além da escassez de conhecimentos importantes para o exercício da cidadania, afetam em particular os jovens, para quem a educação é a única ferramenta que permite ascender a um emprego digno”, diz o estudo.

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