quinta-feira, 19 de junho de 2008

PROJETO PARTO É NORMAL: CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS DAS CESARIANAS DESNECESSÁRIAS - RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS

Prezados Associados e Amigos da ABENFO-Rio de Janeiro e de todo BRASIL

Informamos a V.Sas. que no dia 6 de junho de 2008, na cidade do Rio de Janeiro, participamos do Workshop da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DE GRUPO (ABRAMGE). O tema do evento foi o PROJETO PARTO É NORMAL: CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS DAS CESARIANAS DESNECESSÁRIAS - RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS.

Participaram dos trabalhos as personalidades abaixo citadas representando as respectivas Instituições:
Dr. Arlindo de Almeida - ABRAMGE- SP
Dr. Sergio Vieira - ABRAMGE- RJ
Dr. Valdecyr Herdy Alves - ABENFO-RJ
Drª. Martha Regina de Oliveira – ANS
Dr. Ricardo Oliveira e Silva - Rede Referenciada e SGORJ
NEMER CHIDID – Representando os Hospitais

O evento contou também com a participação de representantes das Operadoras de Planos de Saúde e de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro, além de Médicos Obstetras, Neonatologistas e Enfermeiras (os) Obstétricas (os).
O objetivo do Workshop foi estimular a criação de estratégias junto às Operadoras de Planos de Saúde visando reduzir o número de cesarianas a níveis aceitáveis, a fim de atender as metas da Agência Nacional de Saúde Suplementar, estabelecida em 15% dos partos operatórios nos próximos três anos.
Assim, buscamos consolidar a linha de cuidado / assistência ao parto normal para a mulher, bebê, pai e família em nosso País, por meio do aprimoramento técnico e da observância das recomendações elaboradas pelo Grupo Técnico da ANS junto à Rede Referenciada no atendimento em equipe.
Na ocasião, o ilustre Professor Dr. Aníbal Faúndes, da renomada Universidade de Campinas (UNICAMP) fez uma palestra acerca do PAPEL DO MISOPROSTAL NA REDUÇÃO DAS CESÁRIAS, descrevendo a possibilidade do trabalho em equipe de médicos e enfermeiras obstétricas no acompanhamento do parto normal e da utilização do Misoprostal, a partir do aprimoramento técnico da equipe envolvida.
Uma importante discussão levantada durante o evento foi o custo do parto normal e o da cesárea, não só em termos financeiros, mas de viabilidade do tempo para a realização do parto normal. Nesse sentido, o Dr. Sergio Vieira sugeriu como possibilidade de solução para o impasse acima descrito, a criação de um ‘pacote’ pelas Operadoras de Planos de Saúde enfatizando a importância da realização do parto normal em seus vários espaços, cabendo aos integrantes da equipe de saúde (médicos, enfermeiras obstetricas e demais profissionais envolvidos no processo) pactuar os termos adequados ao caso.
Por indicação da ABENFO-RJ, a Profª. Drª. Ivis Emilia de Oliveira Souza, Enfermeira Obstétrica e Professora Titular do Departamento Materno-Infantil da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro participou do Workshop, discorrendo sobre o papel da enfermagem obstétrica na redução das cesáreas, a importância do trabalho em equipe pautado no diálogo franco e amistoso entre os profissionais. Ainda usando da palavra, falou da legalidade da profissão da Enfermeira Obstétrica e, por fim, enfatizou o trabalho em equipe, indispensável como primeiro movimento para a redução das cesáreas.
O CREMERJ encaminhou documento sobre o qual, a Drª. Martha Regina relatou o avanço nas discussões acerca da assistência ao ciclo gravídico-puerperal, que deve ser realizado pelo médico e pelo enfermeiro obstétrico, desde que ambos atuem na mesma equipe.
Nós, membros da ABENFO-RJ, compactuamos com a idéia central de trabalho em equipe, em que médicos e enfermeiras obstétricas possam atuar junto às Operadoras de Planos de Saúde com a intenção de reduzir os índices de cesáreas atualmente realizadas.
Por fim, consideramos de extrema relevância a participação de enfermeiras (os) obstétricas(os) nestas discussões junto à ABRAMGE, como possibilidade de reafirmar a autonomia profissional e contribuir efetivamente para a Campanha: O Parto Normal é Natural.

A Diretoria da ABENFO-RJ

terça-feira, 17 de junho de 2008

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher

COMUNICADO

A Comissão Executiva do Prêmio Leila Diniz: Pré-Natal, Parto Seguro e Saudável, reunida no dia 09 de junho de 2008, às 10 horas, no gabinete da Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, deputada Inês Pandeló, analisou os relatórios inscritos e a partir dos indicadores definiu a pontuação das instituições.
O resultado segue abaixo:

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA/MARICÁ-RJ, nota: 95, colocação: 1º
CASA DE PARTO DAVID CAPISTRANO FILHO, nota: 89, colocação: 2º
APMIR – ASSOCIAÇAO DE PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA DE RESENDE, nota: 74, colocação: 3º
HOSPITAL MATERNIDADE CARMELA DUTRA, nota: 73, colocação: 4º
INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRA, nota: 71, colocação: 5º
MATERNIDADE DO HOSPITAL ESTADUAL ROCHA FARIA, nota: 69, colocação: 6º
HOSPITAL MATERNIDADE ALEXANDER FLEMING, nota: 59, colocação: 7º
HOSPITAL MATERNIDADE FERNANDO MAGALHÃES, nota: 58, colocação: 8º

A premiação será realizada em Sessão Solene, no dia 23 de junho de 2008, às 18 horas, no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro, 09 de junho de 2008

Elas morreram de parto

Olhe bem para estas jovens mulheres.
Elas são o retrato de uma vergonha brasileira: o alto índice de mortalidade materna
Eliane Brum e Cristiane Segatto

MARINA CARNEIRO
25 anos - Porto Alegre, RS

Quando a mãe não voltou para casa, Alice tinha muitas perguntas. "Cadê minha mãe? Onde está o bebê? Por que minha mãe não volta?" Depois de ouvir as respostas, parou de falar. Tentava, mas não conseguia. Quando conseguia, gaguejava. Com Alice foi assim: primeiro perdeu a mãe, depois as palavras. E só tinha 5 anos. Outros cinco se passaram. E Alice perdeu mais. Um ano de escola, porque não falava direito. O pai construiu uma nova família e quase não a vê. A avó ficou doente e não pode mais trabalhar como doméstica.
No ano passado, mais uma filha morreu, ela passou a criar outro neto. Quem sustenta a todos é a bisavó, de 77 anos. Alice hoje tem 10. E uma vida que já não cabe em palavras. Alice da Silva Pimentel, a menina de olhos tristes de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, está no centro de um julgamento internacional. No banco dos réus, o Estado brasileiro. A morte de sua mãe, Alyne, foi levada ao Comitê da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (Cedaw), das Nações Unidas. O Brasil é o primeiro país no mundo julgado por um caso de morte materna. Tem até 16 de julho para explicar por que deixou a mãe de Alice morrer, aos 28 anos de idade e aos seis meses de gestação.
É um julgamento moral e político, o que na diplomacia se chama de "the power of embarrassment" - e que pode ser traduzido por "o poder do constrangimento". Evitar que mulheres morram ao dar à luz é hoje o drama do Brasil. O índice de mortalidade materna é um dos melhores parâmetros para avaliar a qualidade da saúde de um país. Quando muitas mulheres perdem a vida durante a gestação, no parto ou nos 42 dias seguintes a ele - o critério técnico que define morte materna -, é sinal de que todo o sistema de saúde funciona mal. Mulheres jovens em pleno exercício da função natural de ter filhos não deveriam morrer. Principalmente com a tecnologia disponível em 2008: exames precisos, cirurgias modernas, antibióticos potentes. Qualquer morte é uma tragédia. Nesse caso, o escândalo é maior porque mais de 90% dos óbitos poderiam ter sido evitados.

Corrida da Tocha Virtual SMAM 2008

WBW 2008 - Mother Support: Going for the Gold
No Brasil – SMAM 2008 – Se o assunto é amamentar, apoio à mulher em primeiro lugar!

A WABA tem o prazer de anunciar o lançamento da Corrida da Tocha Virtual da SMAM 2008
Uma tocha virtual se acenderá no mapa mundial para cada um que envie para a WABA as atividades planejadas para a SMAM.
A Corrida da Tocha Virtual da SMAM 2008 estará funcionando no website www.worldbreastfeedingweek.org .
Assim que você completar o formulário e enviá-lo para a WABA uma tocha virtual se acenderá para você.
Por favor, divulgue isto para o máximo de pessoas que você conhece para que todos possam participar deste movimento pela amamentação.

Leite materno protege mais meninas do que meninos, indica pesquisa

02/06/2008 - 14h35
da Reuters, em Washington

Comparada ao leite em pó, a amamentação proporciona diversas vantagens a todas as crianças. Mas, em um quesito, as meninas têm mais benefícios do que os meninos.
Especialistas estudaram um grupo de crianças que nasceram prematuramente e com baixo peso em Buenos Aires. O objetivo era avaliar o efeito protetor do leite materno em relação a infecções respiratórias nos bebês.
Eles concluíram que as meninas amamentadas tinham menos riscos de desenvolver infecções que requeriam hospitalizações do que os meninos amamentados.
Diversas pesquisas têm mostrado que bebês alimentados com leite materno ficam protegidos de uma série de doenças, como infecções de ouvido, estômago e intestino, problemas digestivos, alergias e outros problemas cutâneos. Eles também têm chance menor de desenvolver hipertensão, diabetes e obesidade.
"Há muitas doenças que são evitadas com o aleitamento materno. É uma grande fonte de nutrientes e importante para o desenvolvimento", afirma Fernando Polack, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (Maryland). "No caso específico de doenças respiratórias, parece que as meninas são mais beneficiadas."
Os pesquisadores estudaram um grupo de 119 bebês de alto risco que nasceram com menos de 1,5 kg. Metade das meninas que tomavam mamadeira teve de ser hospitalizada ao desenvolver a primeira infecção respiratória, contra 7% das que eram amamentadas. Já entre os meninos, o percentual foi de 19% de internações em ambos os casos.
A Academia Americana de Pediatria recomenda que mulheres saudáveis alimentem seus filhos exclusivamente com leite materno até ao menos os seis meses de vida e que continuem a fazê-lo de forma complementar até um ano.

Comer chocolate pode diminuir o risco de pré-eclâmpsia

Autora: Laurie Barclay
Publicado em 02/05/2008

Os resultados de um estudo prospectivo de coorte publicado no volume de maio do Epidemiology sugerem que o consumo de chocolate durante a gestação pode diminuir o risco de pré-eclâmpsia.

Dra. Elizabeth W. Triche, PhD, do Yale Center for Perinatal, Pediatric and Environmental Epidemiology, em New Haven, Connecticut, e colaboradores explicaram que a pré-eclâmpsia é uma grave complicação gestacional com manifestações cardiovasculares. Os autores lembram que estudos recentes sugerem que o consumo de chocolate pode ser benéfico para a saúde cardiovascular.

A amostra do estudo consistiu em 2.291 pacientes grávidas que pariram um nascido vivo entre setembro de 1996 e janeiro de 2000. Os pesquisadores mediram o consumo de chocolate por auto-relato no primeiro e terceiro trimestres da gestação e pela concentração sérica de teobromina no cordão umbilical, que é a principal metilxantina
presente no chocolate. Uma revisão detalhada dos dados de 1.943 pacientes determinou o diagnóstico de pré-eclâmpsia. Modelos de controle por regressão logística para potenciais confundidores foram usados para determinar os odds ratios ajustados (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC).

De 1.681 mulheres, 63 (3,7%) desenvolveram pré-eclâmpsia. As concentrações de teobromina no cordão umbilical são inversamente associadas à pré-eclâmpsia (para o quartil mais altos versus o quartil mais baixo [OR, 0,31; IC 0,11-0,87]).

As estimativas de consumo de chocolate auto-relatadas, também, foram negativamente associadas à pré-eclâmpsia. O risco de desenvolvimento dessa condição diminuiu em mulheres que consumiam cinco ou mais porções por semana versus mulheres que consumiam menos de uma vez na semana (OR, 0,81; IC 0,37-1,79 para consumo nos primeiros três meses de gestação e OR 0,60; IC 0,30-1,24 nos últimos três meses).

?Nossos resultados sugerem que o consumo do chocolate durante a gestação pode reduzir o risco de pré-eclâmpsia?, declaram os autores. ?Contudo, uma relação inversa de causalidade também pode contribuir para estes achados?.

As limitações para este estudo incluem: dificuldades de padronizar o autoconsumo de chocolate, possível causalidade reversa se mulheres diagnosticadas com pré-eclâmpsia reduzirem sua ingestão calórica após o diagnóstico, possível confundidor individual devido ao tabagismo ou índice de massa corporal, pequeno número de mulheres com pré-eclâmpsia ou erro de classificação da exposição.

?Devido à importância da pré-eclâmpsia como uma complicação grave da gestação, são necessários outros trabalhos prospectivos com detalhes sobre o consumo de chocolate?, afirmam os autores do estudo. As medidas da exposição ao chocolate devem ser desenhadas para permitir um exame cuidadoso da relação temporal entre o consumo de chocolate na gestação e o subseqüente risco de pré-eclâmpsia.

Epidemiology. 2008;19:459-464.
Informação sobre a autora: A Dra. Laurie Barclay é revisora e escritora freelancer para o Medscape. Declaração de conflito de interesses: A autora declara não possuir conflito de interesses.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Método "Mãe Canguru" estimula o vínculo mãe e filho e acelera a recuperação do bebê prematuro

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, nascem hoje em todo mundo, cerca de 20milhões de crianças prematuras, ou seja, bebês que necessitam de cuidados especiais e atenção contínua dos pais. No ano passado, a Secretaria Estadual de Saúde
registrou 9.782 nascimentos prematuros no Paraná.

Para suprir essas necessidades e humanizar a Unidade Intensiva de Tratamento, onde, via de regra, esses bebês permanecem durante um bom tempo, a Maternidade Mater Dei utiliza o método "Mãe Canguru", totalmente coberto pelo Sistema único de Saúde. A Maternidade é a única de Curitiba com essa titulação do Ministério da Saúde e a prática é utilizada desde o ano 2000. "A Mãe Canguru faz com que a UTI e o fato de o bebê ser prematuro não seja tão assustador para a família", ressalta a enfermeira responsável pela unidade neonatal da Mater Dei Sueli Sapanhos.

O método foi criado na Colômbia em 1978 e diminuiu consideravelmente os índices de mortalidade infantil. O primeiro e mais importante passo da "Mãe Canguru" é colocar o prematuro em contato com o peito da mãe, para que ele sinta o coração e o calor, associando essas sensações com o que ocorria no útero materno. Os pais ficam próximos da unidade do bebê e, se a criança tem condições clínicas de sair da incubadora, que é quando não precisa usar respirador e controla bem a temperatura, o bebê é colocado junto com a mãe.

Os pais são incentivados a perder o medo do bebê. "Fazemos com que a mãe se sinta importante para a recuperação da criança. Colocar o bebê no peito da mãe quebra o gelo e aumenta o vínculo", conta Sueli Sapanhos.

Com esse vínculo estabelecido, a equipe, formada por sete pediatras e enfermeiros, começa a mostrar como funcionam os equipamentos da UTI e como é realizada a alimentação, na maior parte das vezes, feita por sonda com o leite materno, que a própria mãe esgota na maternidade com as orientações da enfermagem. Os pais, aos poucos, começam a fazer o trabalho que a enfermagem faz, orientados pela equipe. "Criamos um ambiente aconchegante na UTI. Falam em UTI como se fosse morte, e devemos pensar diferente, nosso objetivo é a manutenção da vida", enfatiza a enfermeira.

A UTI da Mater Dei tem a tecnologia necessária para o atendimento desses bebês e, além disso, o ambiente é preparado para ficar o mais próximo possível do que era no útero, com luz fraca, temperatura controlada e com pequenos "ninhos" dentro de cada unidade. "A tecnologia oferece vida, mas não qualidade de vida. Por isso, o método é aliado da tecnologia", compara Sueli Sapanhos.

A UTI é aberta 24 horas para os pais e a "Mãe Canguru" é feita apenas quando a mãe deseja, nunca é obrigatório. Tanto os pais quanto visitantes são obrigados a lavar muito bem as mãos e a utilizar avental de proteção.

Na segunda fase, um quarto é fornecido para os pais e o bebê, onde eles ficam sem a enfermagem, mas, segundo Sueli, sempre interligados com a UTI. Qualquer dúvida ou problema, a enfermagem da UTI é acionada. Nesse período, o prematuro já tem condições de não ficar dentro da incubadora e começa a sugar o peito da mãe. "Esse quarto é uma continuação da unidade neonatal, ele não deixa de estar internado. Os pais, avós ou irmãos passam o dia todo com a criança".

Depois desses dois períodos, a equipe analisa se a família e o bebê estão bem e inicia a fase ambulatorial, que é quando o bebê ganha alta e continua os cuidados em casa e voltam para uma consulta diariamente. "Se tudo continuar correndo bem e sendo realizado diariamente, o número de consultas diminui gradativamente, mas continuam até que o bebê atinja, em média, dois quilos e meio. A partir daí, eles estão prontos para viverem normalmente", explica a enfermeira. Sueli conta que é difícil os pais desistirem na última fase. "Quem desiste, costuma desistir no início. A família percebe os resultados".
Benefícios

Na incubadora, o bebê prematuro costuma ganhar 20 gramas por dia de peso. Já no método Canguru, ele pode ganhar até 100 gramas e receber alta com 34 semanas, se tiver boas condições clínicas. Já o prematuro que não está na prática, pode sair do Hospital com, no mínimo, 36 semanas. Além do ganho de peso mais rápido, o método evita infecções, facilita a amamentação e a alta hospitalar. A prática também reduz a queima de neurônios em prematuros, diminuindo assim as hemorragias cerebrais e eventuais seqüelas. "É a melhor incubadora que existe", aponta Sueli.

A Maternidade Mater Dei registra 500 nascimentos por mês e cerca de 60 internamentos na UTI neonatal. A equipe neonatal já apresentou o trabalho "Mãe Canguru" feito na maternidade em diversos congressos.

A Mater Dei é Hospital Amigo da Criança e recebeu o Prêmio Galba de Araújo, instituído para reconhecer estabelecimentos de saúde integrantes do SUS – que se destaque no atendimento obstetrício e neonatal.

Crianças amamentadas são mais inteligentes, diz estudo

Um estudo realizado por pesquisadores canadenses sugere que crianças que são amamentadas quando bebês são mais inteligentes.

Os cientistas, da Universidade de Montreal, acompanharam 14 mil crianças nascidas em 31 maternidades de Belarus, do nascimento até os 6 anos e meio.

Ao atingirem essa idade, elas foram submetidas a testes de QI. Os exames revelaram que as que haviam sido alimentadas exclusivamente com o leite materno marcaram 7,5 pontos a mais nas provas de inteligência verbal e 5,9 pontos a mais na pontuação geral.

As crianças que receberam só o leite materno também tiveram melhor desempenho em leitura, escrita e capacidade para solucionar equações matemáticas do que as tomaram leite em pó, acrescentaram os especialistas.

"Nosso estudo fornece fortes evidências de que a amamentação exclusiva e prolongada torna as crianças mais inteligentes", afirmou o autor da pesquisa, Michael Kramer.

Interação física

A pesquisa, publicada na revista especializada Archives of General Psychiatry, confirma estudos anteriores, mas levanta questionamentos sobre se o leite materno, por si só, aumenta a inteligência, ou se fatores associados, como a interação mãe-bebê, também influenciam.

"Ainda não está claro se os efeitos cognitivos observados se devem a algum composto do leito materno e estão relacionados às interações físicas e sociais inerentes ao ato de amamentar", acrescentou Kramer.

O leite materno contém ácidos gordos de cadeia longa essenciais para a saúde e um composto químico similar à insulina que estimula o crescimento e, sozinho, poderia impulsionar a inteligência.

Congresso Nacional rejeita descriminalizar o

07/05 - 16:53, atualizada às 17:27 07/05 - Regina Bandeira - Último
Segundo/Santafé Idéias

BRASÍLIA - A Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos
Deputados, rejeitou por unanimidade, nesta quarta-feira, o projeto
de lei que descriminaliza o aborto. O projeto de lei que suprime o
artigo 124 do Código Penal brasileiro, está no Congresso há 17 anos
e a votação foi marcada por ruidosas manifestações de grupos
feministas, favoráveis ao projeto.

Os 33 deputados que seguiram o parecer do relator (mantendo o aborto
como crime), deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), não aceitaram
adiar a votação da matéria, o que provocou a saída dos cinco
parlamentares favoráveis ao projeto de descriminalizaçã o.

Para o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), a comissão passou o
rolo compressor. "O projeto está na Casa há 17 anos, mas nós não
estamos. Queríamos mais tempo para sermos convencidos ou para
convencer", alegou o deputado, que assim como os outros quatro,
defendiam uma quarta audiência pública. Para ele, que se diz "a
princípio" contrário ao aborto, aceitar a punição da mulher que
interrompe uma gravidez é lhe negar apoio, segurança e saúde quando
ela mais precisa.

A diretora da ONG CFemea Guacira Oliveira considerou o
resultado "fruto de fundamentalismos religiosos" que, segundo ela,
impregna a comissão, que tem, entre seus membros, líderes religiosos
espíritas, evangélicos e católicos.

Evangélica, a deputada Andrea Zito (PSDB-RJ) comemorou o que chamou
de vitória da vida. Para ela, não se pode argumentar que a
descriminalizaçã o do aborto evitará a morte de mulheres que se
arriscam em procedimentos clandestinos. "É preciso evitar isso. Se o
estado cumprisse o seu dever, se houvesse educação sexual nas
escolas, por exemplo, esta discussão não seria necessária",
declarou.

Na saída, os parlamentares foram vaiados e xingados de "fascistas" e
de "assassinos de mulheres" por grupos feministas.

Antes de virar lei, o projeto precisa passar na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), que além da constitucionalidade ,
também analisará o mérito da matéria. Somente aprovado pela CCJ, a
matéria vai à plenário da Câmara e, só então, seguirá o mesmo rito
no Senado Federal. .

Mulheres mudam de idéia durante gravidez e preferem cesariana, diz pesquisa

07/05/2008 - 11h59

Mariana Jungmann
Da Agência Brasil

Cerca de 70% das mulheres dizem querer parto normal quando estão no início da gravidez, segundo pesquisa do Ministério da Saúde. Entretanto, no fim da gestação, cerca de 80% das mulheres que têm planos de saúde acabam fazendo cesariana. Entre as gestantes do Sistema Único de Saúde (SUS), o número de cesarianas é de 26%.

Para confirmar os dados apontados pelo ministério, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fez pesquisa parecida e também concluiu que aproximadamente dois terços das mulheres que têm plano de saúde dizem querer parto normal quando estão no começo da gravidez. Mas, na hora do parto, o número se inverte e apenas um terço realmente faz parto natural. "Isso demonstra que alguma coisa acontece no decorrer da gravidez e que convence as mulheres que a cesariana é melhor", explica Martha Oliveira, gerente assistencial da ANS.

Segundo ela, o problema é provocado por vários fatores. Para começar, há os mitos que envolvem o parto normal - de que ele é dolorido e traumático - e que a cesariana é mais "segura e chique". "O que a gente sempre vê na televisão é que na cesariana a mulher está cercada por médicos e aparelhos de última geração, super tranquila e sem dor. Já no parto normal ela aparece descabelada, sempre sofrendo muito", ressalta.

Além disso, segundo ela, a grande diferença entre as mulheres que têm plano de saúde e as que são assistidas pelo SUS na hora do parto normal, pode estar no acompanhamento. Segundo ela, no sistema de saúde público, o parto é feito pelo médico plantonista, que tem tempo disponível para acompanhá-la.

A formação dos médicos, voltada para o incentivo à cesariana que é menos trabalhosa e demorada que um parto normal, é uma das grandes questões apontadas pela gerente da ANS. Segundo ela, a mudança de idéia entre as gestantes, que acabam preferindo a cesariana, também está associada a isso. "A gente até já ouviu dono de hospital dizer assim: 'se você diminuir o número de cesarianas, você quebra minha UTI [Unidade de Terapia Intensiva] neonatal'", conta.

O problema também não é apenas financeiro. Segundo ela, mesmo que o médico recebesse quatro vezes mais pelo parto normal, isso não cobriria os custos. "O parto normal é mais demorado. Para fazer um, o médico precisa deixar o consultório uma tarde inteira, desmarcar outras cesáreas. Por isso, nós estamos buscando soluções como, por exemplo, convencê-lo a colocar uma equipe de enfermeiros acompanhando a paciente e ele só chegaria para fazer realmente o parto".

Para discutir o assunto com os médicos, a ANS deve realizar um encontro no Conselho Federal de Medicina (CFM) esta semana. Devido ao horário de fechamento desta matéria, não foi possível contactar o CFM.

No próximo domingo (11), Dia das Mães, o Ministério da Saúde começará uma campanha para incentivar as mulheres a fazer parto normal. A intenção é diminuir o alto número de cesarianas desnecessárias realizadas anualmente no Brasil. Voltada para gestantes, familiares e médicos, a Campanha de Incentivo ao Parto Normal será veiculada no rádio, na televisão, internet e outros meios de comunicação até 2010.

Brasil precisa de 350 mil novos enfermeiros, urgente

Entrevista - Nome: Maria Goretti David Lopes, Pedigree: presidente da Associação Brasileira de Enfermagem

Publicado em 22/04/2008 | Viviane Favretto

A presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben), a paranaense Maria Goretti David Lopes, diz que o número de enfermeiros com nível superior no Brasil precisa dobrar para que haja profissionais suficientes para atender a demanda em todo o país. Ela explica que a deficiência está, especificamente, na quantidade de enfermeiros com graduação, capazes de assumir a coordenação de equipes. Não faltam aqueles com cursos de nível médio e técnico. Segundo Maria Goretti, é preciso formar pelo menos 350 mil enfermeiros.

Este é um dos assuntos tratados no 2º Seminário Internacional sobre o Trabalho na Enfermagem, que terminou sábado. Os profissionais, reunidos em Curitiba, também questionam a qualidade dos cursos de Enfermagem que estão sendo criados no Brasil.

Maria Goretti afirma que a abertura de cursos é positiva porque ajuda a formar mais gente, mas ela teme que não esteja havendo a preocupação com a qualidade.

Qual é o número de profissionais atuando no Brasil? Somados os enfermeiros com nível superior, nível médio e técnicos, são mais de um milhão. Respondemos por 60,2% da força de trabalho em saúde no Brasil. Tem muita gente, mas o que falta é o profissional graduado, responsável pela coordenação das equipes de trabalho. Desses, temos 350 mil.

Mas não faltam cursos de graduação na área de Enfermagem? Temos um número grande de novos cursos e escolas aprovadas pelo MEC (o Ministério da Educação). De janeiro a março deste ano foram 33 projetos que entraram no MEC e 19 foram aprovados. Ao mesmo tempo que queremos ampliar o número de profissionais enfermeiros no Brasil, nos preocupa a posição do MEC, que autoriza esses novos cursos e joga no mercado profissionais com formação duvidosa numa área estratégica que é a área da saúde. É temeroso criar cursos sem saber se eles têm qualidade, se de fato têm laboratórios, condições para formar os profissionais. A discussão é complicada porque é dúbia. Nós queremos sim mais enfermeiros, mas queremos com formação de qualidade, perfil e competência para dar conta das necessidades das pessoas que procuram os serviços de saúde no Brasil. Além disso, há o problema da falta de cursos em lugares distantes, em pequenas cidades. Eles continuam concentrados em capitais e nas regiões Sul e Sudeste.

E o que é preciso fazer para melhorar a qualidade dos cursos de graduação? Nós, da Associação Brasileira de Enfermagem, estamos definindo a necessidade de cada projeto de curso passar pelo crivo da Comissão Intersetorial de Recursos Humanos do Conselho Nacional de Saúde. É preciso saber se determinado local precisa de um curso de Enfermagem, se há mercado de trabalho, se a instituição tem condições, tem laboratório, tem biblioteca, corpo docente adequado ao número de alunos. Nós queremos que o MEC, junto com Ministério da Saúde, invista nesses processos criteriosos. Que só libere a abertura de cursos quando esses pontos sejam atendidos.

Há muitas pessoas interessadas no curso de Enfermagem? É uma profissão que cresce no Brasil. A procura é grande. Os vestibulares têm uma concorrência, em média, de 20 candidatos por vaga.

A senhora também defende que o Brasil dê prioridade à medicina preventiva. Eu prefiro usar o termo promoção à saúde. Além da prevenção, você adota ações para promover a saúde. Com isso, reduz custos dentro do sistema de saúde e diminui o ônus social. Não se fala apenas do custo com a assistência na rede hospitalar, que é altíssimo. Existe o custo social porque o trabalhador tem que se ausentar do trabalho para fazer o tratamento. Então, é preciso investir em um sistema que promova a saúde e não a doença. Claro que isso envolve um conjunto enorme de fatores, um trabalho intersetorial, porque você precisa melhorar as condições de vida, de renda e empregabilidade. É complicado, mas esse é o desafio colocado para o Brasil e para todos os sistemas do mundo. A questão não é só nossa.

O Brasil está caminhando para isso? O Sistema Único de Saúde coloca bem claro quais são os princípios, as diretrizes da integralidade da assistência, a descentralização. São duas décadas perseguindo isso. Está na lei, na Constituição brasileira. A Associação Brasileira de Enfermagem está lutando pela consolidação desse sistema Ele está em processo de construção, precisa de investimento, de organização das estratégias. E a participação popular é cada vez mais importante.

Ministério da Saúde lança campanha de incentivo ao parto normal

06/05/2008 - 21h20

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que o Brasil vive uma epidemia de cesarianas. O órgão lançou nesta terça-feira a Campanha de Incentivo ao Parto Normal, em Brasília. Temporão revelou que cada vez mais os casais têm a ilusão de que com o parto cesárea estarão simplificando o processo e de que ele é indolor e mais seguro.

"Nós sabemos que o parto cesárea não indicado adequadamente pode gerar sérios problemas de saúde ao bebê e à mãe além de atrasar e interferir no processo de aleitamento materno, que é fundamental para a saúde do bebê", afirmou o ministro.
Levantamento encomendado pelo Ministério da Saúde demonstra que a cesariana já representa 43% dos partos realizados no Brasil no setor público e no privado. Analisando apenas as mulheres que utilizam planos de saúde, esse percentual é ainda maior, chega a 80%.

No SUS (Sistema Único de Saúde), as cesáreas somam 26% do total de partos. Os dados são de 2006. O parto normal é o mais seguro tanto para a mãe quanto para a criança. De acordo com a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde), as cirurgias deveriam corresponder a, no máximo, 15% dos partos. O ministro disse que a meta do país é se aproximar ainda mais da meta da OMS.

A campanha começa a ser veiculada no dia das mães, no próximo domingo (11) e contará com a distribuição de panfletos, cartazes, filmes para TV e gravações para as rádios com mensagens sobre o processo do parto normal e a sua importância. Os materiais contribuem, ainda, para esclarecer às futuras mamães que tudo tem o tempo certo e que o bebê também tem seu tempo para nascer.

"A cesariana tem indicações técnico científicas, se constitui em avanço da ciência para as situações de risco para a mãe e/ou bebê, mas tem sido comum a cirurgia ser marcada desnecessariamente, sem uma indicação precisa, o que aumenta as chances de complicações e morte para ambos", alerta o médico Adson França, diretor do Departamento de Ações Estratégicas do Ministério da Saúde.

Os estados da região Sudeste registram os índices mais elevados de cesariana, totalizando 52% do número total de partos. A região Norte, por outro lado, registra os menores percentuais: 35%.

"No Sudeste, o modelo de atenção obstétrica vigente, com maior valorização do parto operatório está mais consolidado. Essa também é a região onde as escolas médicas tiveram papel preponderante de disseminação desse modelo. Na região Norte há um maior número de partos normais", diz a coordenadora da área técnica de saúde da mulher, Regina Viola. No Amapá a prevalência de partos normais é de 75%.

A alta prevalência das cesáreas leva a uma série de prejuízos: para o bebê, para a mãe e para a gestão dos serviços de saúde. Estudos demonstram que fetos nascidos entre 36 e 38 semanas, antes do período normal de gestação (40 semanas) têm 120 vezes mais chances de desenvolver problemas respiratórios agudos e, em conseqüência, acabam precisando de internação em unidades de cuidados intermediários ou mesmo UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal. Além disso, no parto cirúrgico há uma separação abrupta e precoce entre mãe e filho, num momento primordial para o estabelecimento de vínculo.

Para as mães, o parto cirúrgico apresenta mais chances de hemorragia, infecção no pós-parto e uma recuperação mais difícil, além de determinar custos mais elevados e desnecessários para a saúde pública e privada. "Por essas e outras razões, queremos incentivar as mulheres a reivindicar o direito de dar à luz por meio do parto normal, com autonomia, humanização no seu acompanhamento e segurança", afirma França.

Um dos aspectos já identificados pelo ministério como causa para o aumento das cesáreas é o menor tempo de assistência médica necessária, em relação ao parto normal. Por isso, a campanha também sensibilizará os profissionais de saúde, as universidades e conta com o apoio das entidades médicas e científicas.

A falta de informação entre as mulheres também seria outro agravante, pois faz com que elas não participem dessa escolha e, mesmo que num primeiro momento expressem a vontade do parto normal --70%, segundo pesquisas recentes do ministério--, no decorrer do trabalho de parto, são convencidas por um ou outro motivo a aceitar o parto cirúrgico. Em várias situações ocorre o desrespeito à vontade da mulher, prevalecendo convicções pessoais do médico, nem sempre baseadas nas melhores evidências científicas.

O Ministério da Saúde também esclarece que cesáreas anteriores, gestação de gêmeos e fetos grandes não determinam, por si só, a indicação do parto cirúrgico.

Comissão aprova licença-maternidade de 6 meses

Quarta, 14 de maio de 2008, 12h38 Atualizada às 13h23

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2513/07, proposto pela senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), que concede incentivo fiscal a empresas que prorrogarem a licença-maternidade por 60 dias. Com essa prorrogação, a licença pode chegar a seis meses.

A proposta ainda precisa ser analisada pela Comissão de Finanças e Tributação e pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Eeputados. A relatora, deputada Rita Camata (PMDB-ES), acredita que o projeto não terá problemas em passar por essas duas comissões devido ao apoio que ele vem tendo. O projeto já foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado.

Em outubro do ano passado, a CDH do Senado aprovou, por unanimidade e em decisão terminativa, a criação do Programa Empresa Cidadã, que prevê a ampliação da licença-maternidade para seis meses, válida para trabalhadoras de empresas privadas. A adesão das empresas ao programa não será obrigatória. Na ocasião, foram aprovadas cinco emendas ao texto, entre as quais a que inclui entre as beneficiárias a trabalhadora que é mãe adotante.

Segundo parecer da senadora Rita, a prorrogação da licença será concedida desde que a empregada a solicite até o final do primeiro mês após o parto.

Durante o período de prorrogação da licença-maternidade a empregada terá direito à remuneração integral paga pelo regime geral de previdência social, sendo que não poderá exercer qualquer atividade remunerada, e a criança não poderá ser mantida em creche ou instituição similar.

a proposta determina que a renúncia fiscal decorrente do programa Empresa Cidadã será estimada pelo Poder Executivo, que a incluirá no projeto de lei orçamentária a ser enviado ao Congresso Nacional.

Redação Terra

ANS promove debate com o CFM sobre o movimento em favor do parto normal

14/05/2008

'Estamos aqui para que governo, operadoras, médicos e a sociedade possam chegar a um consenso em relação às cesáreas desnecessárias realizadas na saúde suplementar.' Esta foi a frase usada pela Gerente-Geral Técnico- Assistencial de Produtos, Martha Oliveira, na abertura do evento realizado pela Agência Nacional de saúde Suplementar (ANS) com a classe médica na sede do Conselho Federal de Medicina (CFM), no dia 8 de maio, em Brasília.

O 1º vice-presidente do CFM, Roberto D´Ávila, aprovou a iniciativa da Agência. Segundo ele, o CFM já apoiou campanhas similares, tais como, a do incentivo ao aleitamento materno e em prol da redução de partos cesáreos lançada em 1996. ¿Sabemos dos riscos das cesarianas desnecessárias e o Conselho Federal de Medicina já se coloca a favor de colaborar com essa idéia¿, disse D´Ávila.

Para o Diretor-Presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos, o atual modelo assistencial, a forma de pagamento e a falta de ambiência hospitalar são questões que ainda precisam ser discutidas para que se possa reduzir o número de cesáreas na saúde suplementar, que chega a 80%. ¿O hospital não está preparado para o parto normal¿, afirma Santos. Aliada à campanha pela redução das cesáreas desnecessárias, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicará uma Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) que trata de mudanças na ambiência hospitalar. Segundo Cláudio Maierovitch, diretor da Agência, a resolução será um incentivo a realização de partos normais.

O Secretário-Executivo da ANS, Alfredo Scaff, ressaltou que, entre as novidades da revisão do rol de procedimentos e eventos em saúde, publicado em 2 de abril de 2008, está a possibilidade de a mulher escolher um acompanhante para a hora do parto. Segundo ele, a novidade será de grande importância para a beneficiária e propicia a realização de partos normais. O Diretor de Gestão da ANS, Hésio Cordeiro, destacou o incentivo a pesquisas entre as ações da Agência para a redução do parto cesáreo.

Maria do Carmo Leal, Vice-Presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, apresentou os resultados da pesquisa: 'Evidências Científicas: conseqüências das cesarianas desnecessárias e manejo adequado do trabalho de parto'. Realizado com 430 mulheres, o estudo proposto pela ANS apontou que 70 a 80% das entrevistadas chegaram ao consultório com a intenção de fazer parto normal, mas apenas 10% delas conseguiram realizá-lo. A pesquisa aponta também que a quantidade de partos cesáreos em hospitais privados do Rio de Janeiro e de São Paulo chega a 90%. ¿É necessário esperar a criança dar sinal de nascimento, o parto não é uma questão de pressa¿, afirmou Maria do Carmo.

Regina Viola, do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - DAPE, ressalta que a média de cesáreas no Brasil, de 40% (considerando as redes pública e privada), ainda é muito elevada. Segundo ela, a diminuição de partos normais se deve, principalmente, a mitos construídos pela sociedade, entre eles o medo da dor.

Médicos e conselheiros presentes no CFM apresentaram sugestões para a campanha, entre elas, a mudança do modelo assistencial e a valorização dos obstetras. Segundo Martha, todas as sugestões serão úteis para a construção de um diálogo unificado.

Sobre a campanha

Em fins do ano de 2004 a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) iniciou a idéia de fazer um movimento em favor do parto normal, que tem como objetivo ser um catalizador das discussões entre os diversos atores envolvidos nesse processo, mas que também possa contribuir com a missão institucional de promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde.

Dando prosseguimento às ações do Movimento em Prol do Parto Normal e Pela Redução das Cesarianas Desnecessárias, a ANS propôs a formação de um Grupo Técnico, em parceria com o Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas - DAPE do Ministério da Saúde e com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, composto por representantes de órgãos governamentais, associações e conselhos profissionais, operadoras de planos de saúde e entidades de ensino e pesquisa. O objetivo do grupo é a apreciação das recomendações constantes no relatório final da pesquisa ¿Causas e Conseqüência das Cesarianas Desnecessárias¿, financiada pela ANS, que apresenta algumas estratégias consideradas relevantes para a qualificação da assistência ao parto e ao nascimento na rede de serviços do sistema de saúde suplementar, com possível repercussão na redução das taxas de parto cesáreo.

Amamentar diminui risco de artrite da mãe, diz estudo

13 de maio, 2008 - 11h20 GMT (08h20 Brasília)

Um estudo realizado por especialistas suecos sugere que mulheres que amamentam por mais de um ano têm chances de desenvolver artrite reumatóide reduzidas pela metade.
A equipe de cientistas da Universidade de Malmo comparou 136 mulheres com artrite com 544 que não apresentavam o problema.

Eles perceberam que as que haviam amamentado por 13 meses ou mais tinham metade das chances de desenvolver a doença em relação às que nunca haviam praticado o aleitamento materno.

As mulheres que haviam amamentado durante um ano tiveram 25% menos riscos de desenvolver artrite, acrescentaram os especialistas.

Vida saudável Segundo os cientistas, a amamentação libera grande quantidade do hormônio oxitocina, que pode reduzir os níveis de estresse, controlar a pressão sangüínea e proporcionar sensações de bem-estar.

Por outro lado, a amamentação também aumenta a carga de prolactina, estimulando o sistema imunológico e podendo ocasionar, curiosamente, a artrite reumatóide.

Os pesquisadores afirmam que estudos anteriores mostraram que as mulheres têm mais chances de desenvolver artrite logo após dar à luz e, diante dos últimos resultados, acreditam que os riscos são reduzidos com a prática da amamentação e o passar do tempo.

Os cientistas não souberam, no entanto, apontar as razões para as conclusões do estudo.

"Uma explicação poderia ser de que as mulheres que amamentam levam vidas mais saudáveis. Mas ainda não sabemos com certeza os mecanismos que explicam os benefícios da amamentação a longo prazo contra a artrite", disseram os especialistas.

A artrite é uma doença auto-imune que ocorre quando o corpo ataca as articulações, confundindo-as com corpos estranhos.

O problema afeta mais as mulheres do que os homens.

O estudo foi publico na revista especializada Annals of Rheumatic Diseases.

Expositores questionam obrigatoriedade de ensino superior para profissionais de enfermagem

07/05/2008 - 13h47
http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=74535

A defesa da ampliação da escolaridade dos profissionais de enfermagem em todo o país foi consensual em audiência pública promovida nesta quarta-feira (7) pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Os expositores convidados, porém, fizeram ressalvas ao Projeto de Lei do Senado 26/07, de autoria do senador Tião Viana (PT-AC), que condiciona a concessão de registro nos conselhos regionais de enfermagem - após período de transição - à conclusão de curso de ensino superior.

De acordo com substitutivo elaborado pelo relator do projeto, senador Augusto Botelho (PT-RR), fica proibida, a partir de 31 de dezembro de 2022, a inscrição, nos conselhos, de técnicos de enfermagem. E, a partir do fim de 2027, a de auxiliares de enfermagem. O texto garante aos profissionais já inscritos o direito de continuar exercendo a profissão. E prevê "acesso diferenciado" de auxiliares e técnicos a cursos superiores de enfermagem.

A presidente nacional da Associação Brasileira de Enfermagem, Maria Goretti David Lopes, manifestou posição contrária ao projeto. Ela defendeu o acesso dos 401 mil atuais auxiliares de enfermagem, de nível de primeiro grau, a cursos técnicos de enfermagem, de nível médio. E previu que, no futuro próximo, os profissionais de enfermagem estarão divididos entre os enfermeiros, de nível superior, e os técnicos em enfermagem, de nível médio.

Entre os mais de um milhão de profissionais de enfermagem, apenas 13% são enfermeiros e 33%, técnicos, segundo revelou a diretora do Departamento de Gestão e Regulação do Trabalho em Saúde do Ministério da Saúde, Maria Helena Machado. A distribuição não é adequada, admitiu a diretora. Ela disse estar aberta ao debate e pediu que se discuta "que tipo de profissionais precisamos".

A presidente da Federação Nacional dos Enfermeiros, Silvia Fernanda Casagrande, afirmou ser "inconcebível" a enfermagem sem os técnicos. Assim como Goretti, ela sugeriu a qualificação dos atuais auxiliares, para que se transformem em técnicos de enfermagem. Também apresentou essa sugestão o vice-presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, José Sival Clemente da Silva. Ele questionou, ainda, de ondeas prefeituras obteriam os recursos para pagar os salários de enfermeiros, se todos tivessem nível superior.

Por sua vez, o tesoureiro-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde, José Caetano Rodrigues, observou que o Estado deveria assegurar a formação dos enfermeiros, antes de se pensar em uma data para a obrigatoriedade do ensino superior. E o coordenador-geral de Fluxos e Processos da Diretoria de Regulação e Supervisão da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação, Rubens de Oliveira Martins, disse que o governo poderá adotar políticas que ampliem a oferta de vagas nos cursos superiores de enfermagem.

Ao comentar as declarações dos expositores, o presidente da comissão, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), criticou o "endeusamento" do ensino superior e defendeu a ampliação, para quatro anos, do ensino médio. O relator do projeto, por sua vez, lembrou sua condição de médico do interior e disse desejar o melhor atendimento para os pacientes.

- Quem não quer ser atendido em um hospital como o Albert Einstein, de São Paulo, onde todos têm ensino superior? - questionou Augusto Botelho, após lembrar que o projeto garante um prazo de transição de 20 anos.

A audiência foi aberta pelo senador Flávio Arns (PT-PR), que elogiou o atendimento recebido, por ele, de profissionais de enfermagem, quando enfrentou recentemente problemas de saúde.
Marcos Magalhães / Agência Senado

domingo, 1 de junho de 2008

O contato corporal pode reduzir a dor em neonatos pré-termo

Autora: Laurie Barclay

Publicado em 01/05/2008

Um estudo cruzado relatado na edição online de 23 de abril do BMC
Pediatrics demonstra que o contato corporal para reduzir a dor em
neonatos pré-termo é efetivo em lactentes nascidos com 28 semanas de
gestação até o termo.

O contato corporal, ou Método Mãe-Canguru, demonstrou eficácia em
reduzir a dor durante o procedimento de coleta de sangue (teste do
pezinho), disse Celeste Johnston, DEd, RN, da McGill University School
of Nursing, em Montreal, Quebec, Canadá. O objetivo deste estudo foi
determinar se o Método Mãe-Canguru seria eficaz em recém-nascidos
prematuros extremos.

Em três unidades intensivas neonatais de nível III no Canadá, 61
neonatos pré-termo entre 28 e 31 semanas de gestação foram incluídos
em um estudo cruzado, randomizado e cego. Em uma condição
experimental, o lactente foi mantido no Método Mãe-Canguru por 15
minutos antes e durante a coleta de sangue, enquanto no grupo controle
o lactente foi colocado em posição prona enrolado em um cobertor, na
incubadora.

O resultado final principal foi avaliado o Premature Infant Pain
Profile (PIPP). Esta avaliação incluiu três expressões faciais,
freqüência cardíaca máxima e saturação de oxigênio mínima em
comparação aos dados iniciais. O resultado secundário foi definido
como tempo de recuperação avaliado pelo retorno à freqüência cardíaca
inicial.

No Método Mãe-Canguru, os escores PIPP em 90 segundos após a punção
foram significativamente menores (8,871; intervalo de confiança de 95%
[IC de 95%], 7,852 ? 9,889) versus pacientes do grupo controle
(10,677; IC de 95%, 9,563 ? 11,792; P < 0,001).

O tempo de recuperação no grupo do Método foi menor em um minuto (123
segundos; IC de 95%, 103 - 142 versus 193 segundos; IC de 95%, 158 -
227). A resposta facial e a freqüência cardíaca foram menores no grupo
do Método Mãe-Canguru, alcançando uma diferença duas vezes menor, 120
segundos, após a punção.

A autora conclui que o recém-nascido prematuro extremo possui
mecanismos endógenos obtidos por meio do contato corporal que diminuem
a resposta à dor, mas não tão eficientemente quanto os neonatos
pré-termo com maior idade gestacional. O tempo de recuperação menor é
clinicamente importante também na manutenção da homeostasia.

BMC Pediatrics. Published online April 23, 2008.
Informação sobre a autora: A Dra. Laurie Barclay é revisora e
escritora freelancer para o Medscape. Declaração de conflito de
interesses: A autora declara não possuir conflito de interesses.

O parto cesariano pode ser um fator de risco independente para o acidente vascular encefálico

Autora: Laurie Barclay

Publicado em 28/04/2008

Um estudo de extensão nacional, baseado em população, realizado em
Taiwan e publicado no volume de abril do American Journal of
Obstetrics & Gynecology sugere que o parto cesariano é um fator de
risco independente para o acidente vascular encefálico (AVE).

O parto cesariano tem sido associado com um aumento significante de
mortes maternas devido a paradas cardiorrespiratórias, complicações
por anestesia, infecção puerperal e tromboembolismo venoso. Dr.
Shiyng-Yu Lin, da Taipei Medical University em Taipei, Taiwan,
República da China, declara que o acidente vascular encefálico foi
selecionado como causa de morbidade e mortalidade materna durante a
gestação e o puerpério. Na verdade, argumenta ele, poucos trabalhos
levantaram dados em larga escala populacional avaliando os riscos de
acidente vascular cerebral no pós-parto de dois tipos diferentes de
parto (vaginal versus cesariano).

O objetivo deste estudo foi avaliar o risco do acidente vascular
encefálico no pós-parto em 3, 6, ou 12 meses após os dois tipos de
parto, usando um banco de dados populacional da base de dados do
Taiwan National Health Insurance Research de 1998 até 2003. As
regressões de risco proporcionais de Cox permitiram o cálculo dos
índices de sobrevivência livre de AVE para partos cesarianos versus
vaginais em 987.010 mulheres entre 1998 e 2002.

Em comparação com pacientes que foram submetidas ao parto vaginal, o
hazard ratio (HR) para AVE pós-parto entre mães que foram submetidas a =

cesarianas foi 1,67 vezes maior dentro de um período três meses após =
o parto (intervalo de confiança de 95% [IC], 1,29 ? 2,16); 1,61 vezes
maior em seis meses após o parto (IC de 95%, 1,31 ? 1,98) e 1,49 vezes
maior dentro de 12 meses após o parto (IC de 95%, 1,27 ? 1,76).

Nossos dados indicam que o parto cesariano é um fator de risco
independente para o acidente vascular encefálico?, relata o autor. As
limitações deste estudo incluem falta de dados clínicos, tais como
tabagismo, consumo de álcool, valores de índice de massa corporal e
diagnósticos de acidente vascular encefálico totalmente baseados em
declarações.

Com base nesses resultados, uma redução nos índices de parto
cesariano deve ser benéfica para a prevenção do AVE, enquanto o parto=

vaginal deve ser estimulado?, concluem os autores.

Am J Obstet Gynecol. 2008;198:391.e1-397.e7.
Informação sobre a autora: A Dra. Laurie Barclay é revisora e
escritora freelancer para o Medscape. Declaração de conflito de
interesses: A autora declara não possuir conflito de interesses.